segunda-feira, 25 de maio de 2009

Músicas que embalam personagens e ficam na cabeça


O que seria da famosa viúva Porcina (Regina Duarte) sem Dona, do Roupa Nova, em Roque Santeiro (1985), ou de Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo Benício) em O Clone (2001) sem A Miragem - aquela do verso "somente por amor, a gente põe a mão no fogo da paixão"?
Há tempos, as trilhas sonoras das novelas marcam época e mostram seu potencial de se transformar em sucesso. Prova disso é que o ranking das 10 músicas mais tocadas nas rádios do Brasil em 2008, divulgado pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) neste mês, traz sete faixas extraídas dos folhetins.
Dona da terceira faixa mais executada nas rádios no ano passado, a romântica Coisas que Eu Sei, Danni Carlos diz que deu sorte pela canção ter sido o tema do casal Júlia (Débora Falabella) e Evilásio (Lázaro Ramos), de Duas Caras, da TV Globo.
- Ter música em novela é bacana quando os personagens têm carisma. Mais do que estar em uma trama, a canção fazia parte de um núcleo muito forte - analisa a cantora, que tem carinho pela faixa.
- Foi a primeira que cantei em português. Chorei quando ouvi pela primeira vez - conta.
Quando perguntada se gostaria de integrar outra trilha sonora de novela, Danni não titubeia:
- Com certeza. A música vinculada a qualquer outro tipo de arte é muito legal para o artista.
Além de ter atuado em Água na Boca (Band), D'Black é o responsável por Sem Ar, tema dos protagonistas do folhetim e que ocupa a quinta posição entre as mais tocadas de 2008.
- Em tudo que a música se envolve, ela se expande. A mensagem da canção se encaixou na história no momento certo - analisa o músico.
Segundo ele, a faixa foi de vital importância para sua carreira.
- Foi meu primeiro carro-chefe. Com ela, ganhei um prêmio de artista revelação no programa Domingão do Faustão - comemora.
Os sertanejos Victor e Leo, donos do hit Tem que Ser Você, da trilha de A Favorita (2008), da TV Globo, reconhecem que ter uma música como tema de Céu (Deborah Secco) ajudou a transformá-la em hit.
- Não há dúvidas de que a canção, que já era muito bem aceita pelo público, passou a ser bem mais fervorosamente cantada depois do belo trabalho a que se somou com Deborah Secco e Thiago Rodrigues - diz Victor.
Autor do livro A Trilha Sonora da Telenovela Brasileira, Rafael Righini diz que o sucesso das trilhas pode ser justificado:
- A TV é o grande veículo brasileiro. Tudo o que ela mostra vira lei. Além disso, hoje em dia as novelas são vitrines. Essa coisa dos folhetins serem um gênero menor é coisa do passado - diz.